5 de mar. de 2018

PRAGA ESPORÁDICA VEM DIZIMANDO ÁREA FOLIAR DE DIVERSAS CULTURAS NO MUNICÍPIO DE MALHADA.

Cavalo de pau, bicho pau ou graveto; estes são os nomes populares dados ao animal da ordem Phasmatodea, especialista em camuflagem.O nome de graveto se deve a esta capacidade de passar a impressão aos predadores e intrusos de que ele é pedaço de pau...graveto no momento de observância do perigo.Encontrado nas regiões norte e leste da América do Sul, o graveto também usa como defesa uma substância leitosa e repulsiva, que afasta os predadores, e também apresenta o dom de revivificar os membros eliminados. O bicho-pau se multiplica através da reprodução ovípara; seus ovos são lançados pela fêmea em várias direções, assim os recém-nascidos podem se disseminar nas mais vastas regiões e longe da mãe. 
      Estes ovos são semelhantes a germes, posicionados casualmente na terra pelos espécimes femininos. As mães não escolhem intencionalmente os locais nos quais os depositará; elas os largam simplesmente na terra. O crescimento do organismo que está sendo gerado é muito vagaroso; ele leva de 100 a 150 dias para vir à luz. 
      A partir deste momento o bicho-pau é denominado de ninfa e apresenta uma conformação física similar à do adulto. Logo depois da saída do ovo ele já transcende o tamanho deste casulo que lhe servira de refúgio, pois seu organismo é estirado logo após a vinda ao mundo. 
      O bicho-pau se alimenta de ervas, folhagens e rebentos, por isso nas regiões urbanas ele pode ser visto em goiabeiras ou em pitangueiras. Apesar disso ele nunca se multiplica o bastante para arruinar a agricultura. Este animal se move por meio de oscilações, daí ele ser confundido, muitas vezes, com uma folha balançando ao vento. 
    Na fase adulta os machos se revelam distintos das fêmeas, uma vez que apresentam menor porte, são mais delgados e portam asas de menor tamanho, as quais possibilitam diminutos voos. A reprodução entre eles é sexuada ou assexuada, através da partenogênese – um embrião é gerado sem que se recorra à fertilização. Os insetos do gênero masculino vivem cerca de 18 meses, enquanto os do sexo feminino sobrevivem por mais ou menos 30 meses. 

         No Brasil as fêmeas podem atingir 22 cm, enquanto os machos são pequenos e têm asas; estes insetos preferem a vida noturna e aparecem especialmente no Rio de Janeiro, na Bahia, no Espírito Santo e na Amazônia. Seu meio ambiente natural são as florestas tropicais, nas quais são encontrados entre as folhas da vegetação local. 
     O problema em nossa região é que estes insetos estão, de forma voraz, devorando todo tipo de área foliar ,inclusive de frutíferas a ponto de ocasionar prejuízos ao processo de fotossíntese das plantas, entrando na lista de insetos causadores de danos econômicos aos agricultores; principalmente fruticultores. 
As culturas mais atacadas são os pastos, pomares de frutíferas, algumas plantas sem notoriedade econômica como o mata pasto e a corda de viola.
Por : Agro Malhada


1 de mar. de 2018

CIENTISTAS AFIRMAM QUE O GLIFOSATO CAUSARÁ AUTISMO EM 50% DAS CRIANÇAS ATÉ 2025


O uso excessivo de agrotóxicos na nossa alimentação causa doenças como Alzheimer,câncer,doenças cardiovasculares, entre outros.
Corroborando uma crescente tendência nas taxas de autismo, uma cientista sênior de pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) alertou que de todas as crianças, a percentagem inquietante de 50% será autista em 2025
Quem é o culpado? O Round-Up, o herbicida mais vendido no mundo que contém glifosato,inclusive no topo da lista.
O uso excessivo de glifosato na nossa alimentação causa doenças como Alzheimer,autismo,câncer,doenças cardiovasculares e deficiências da nutrição, entre outras.
Stephanie Seneff, uma bióloga PHD, que já publicou mais de 70 artigos acadêmicos revisados por pares, e estudou estas doenças por mais de três décadas,aponta os transgênicos como um dos principais contribuintes para doenças neurológicas em crianças.
Atualmente, 1 em cada 68 crinaças nos Estados Unidos nascem com autismo,sendo a deficiência de desenvolvimento de mais rápido crescimento,com aumento de 120% desde o ano de 2000.
Em dez anos o custo para tratar as pessoas afetadas pelo autismo será de 400 bilhões de dólares por ano nos EUA, além dos custos emocionais incalculáveis,os quais as famílias pagarão diariamente para viver e apoiar uma criança com autismo.
A Dra. Seneff  notou que os sintomas toxidade  do Glifosato assemelham-se com aqueles do autismo.Ela também apresentou dados na conferência que mostram uma correlação estranhamente consistente entre o uso do Roundup-ready em plantações ( e a criação das sementes transgênicas Roundup ready), com o aumento das taxas de autismo.
A correlação entre os dois  incluem bio marcodores, tais como a deficiência de zinco e ferro, baixo sérum sulfateConvulções e doenças mitocondriais.
A Dra Seneff  que grande parte dos alimentos em prateleiras de supermercado contêm milho e soja transgênicos, todos com pequenas quantidades de vestígios de glifosato. Isto inclui refrigerantes adoçados com alto teor de frutose (geneticamente modificados) e xarope de milho,batatas fritas, cereais, doces e até mesmo barras de proteínas de soja.Além do mais, grande parte da nossa carne e aves também é alimentada com uma dieta de soja e milho transgênicos, os quais também contém glifosato.

Edição : Agro Malhada



27 de fev. de 2018

ONÇA SUÇUARANA É FLAGRADA ATACANDO OVINOS EM DIVERSAS PROPRIEDADES NO MUNICÍPIO DE MALHADA

IMAGEM: Agro Malhada
Este animal,um tanto exótico, conhecido como leão branco ou das neves em outros países vem assustando alguns pecuaristas da depressão San Franciscana,mais precisamente na micro região do Curralinho,localizada entre o povoado de Cachoeiras e Maciel.O felino com cerca de 60 quilos,calda longa  com pelos escuros na extremidade,foi flagrado tentando emplacar mais um ataque ao aprisco do pecuarista Inácio Souza na fazenda Curralinho por volta das duas horas da manhã.Graças ao sistema de monitoramento de imagens, a onça foi filmada,deflagrando um alerta geral para todos os vizinhos dos quais o felino já suprimiu 25 cabeças de ovinos e caprinos só neste mês.
IMAGEM: Agro Malhada

Com uma média de cinco animais abatidos por ataque, a suçuarana  se alimenta preferencialmente do sangue destes ;escolhendo posteriormente um para ingerir carne fresca.
IMAGEM: Agro Malhada
 O ataque, segundo os produtores, restringe-se à táctica crucial de sangrar.Especialista em atacar a jugular  com suas prezas afiadas e pontiagudas,levando o animal a óbito em poucos minutos, a onça extrai todo sangue dos ovinos; deixando-os para trás juntamente com o pesado prejuízo.
 Os pecuaristas, conscientes de que o animal é inocente, entendem que estes ataques sazonais  é resultado do impacto ambiental que o próprio homem causou à cadeia alimentar do felino.Não é normal suçuarana atacar animais domesticados nesta região.A interferência humana neste processo de alimentação obriga o felino a se aproximar e atacar as rezes dos pecuaristas.Hoje a peça suprimida desta cadeia, que está basicamente em extinção no município de Malhada,o veado caatingueiro; direciona o ataque da onça aos caprinos e ovinos .Por serem em grande número (rebanho),ela esbanja matando mais do que deve em apenas uma noite.
Outro animal da cadeia da onça,entrega fácil a sua presença nas proximidades.O urubu que comeu os restos deixados pela suçuarana, a segue em busca de mais comida.Em suma :"onde a onça vai o urubu vai atrás".Este sinal é bem característico e serviu de alerta para todos criadores que aprenderam a proteger seus apriscos com tela reforçada e choque elétrico. 
IMAGEM: Agro Malhada
POR : Agro Malhada

SAIBA COMO IDENTIFICAR E PROTEGER SUA PLANTAÇÃO DE MELANCIA,MELÃO,ABÓBORA DO CRESTAMENTO GOMOSO


FOTO : agrolink.com.br

O crestamento gomoso (podridão gomosa ou gomose das cucurbitáceas) é uma doença causada pelo fungo Didymella bryoniae (sin. Mycosphaerella melonis; anamorfo: Ascochita cucumis). Esse patógeno pode infectar diversas espécies de cucurbitáceas cultivadas e silvestres. Nas espécies cultivadas, a doença tem sido mais importante em melões (Cucumis melo), tipos Valenciano e Nobre (C. melo var. reticulatus e C. melo var. canatalupensis), em pepino partenocárpico (“pepino japonês”) (C. sativus) e em melancia (Citrulus lanatus). Os danos podem chegar a 100%, quando medidas de controle não são empregadas. 

Para a adoção de medidas para o controle do crestamento gomoso, de forma eficiente, há necessidade de se conhecer algumas características do patógeno e da epidemiologia da doença. D. bryoniae pode sobreviver de um cultivo para outro colonizando restos culturais da cultura anterior e também na forma de micélio dormente. Essas duas formas de sobrevivência tendem a ser fonte de inóculo primário para a cultura a ser instalada. Além disso, D. bryoniae é transmitido eficientemente por sementes. Em cultivos de melões nobres e pepino partenocárpico as sementes têm sido a principal fonte inóculo primário, com incidência de até 54% e 52%, respectivamente, e transmissão para plântulas de até 52% e 25%, respectivamente. 

O patógeno se aloja internamente, tanto na casca, como no perisperma e no embrião das sementes. Esse inóculo primário tem sido um dos fatores que mais contribuem para epidemias de crestamento gomoso nesses dois agrossistemas. Vale a pena lembrar que a grande maioria das sementes de melões nobres e pepino partenocárpico é importada e que não tem havido nas embalagens informações sobre a qualidade sanitária dessas sementes. 

Embora D. bryoniae possa ser transmitido eficientemente via sementes é raro observar a sintomatologia da doença em plantas durante os estádios de mudas; ou seja, raramente se percebe mudas doentes nas células das bandejas contendo substrato (antes do transplante). Após o transplante, por volta de 20 dias a 25 dias, aparecem na cultura os primeiros sintomas do crestamento gomoso. Geralmente no caule, na região de inserção das folhas cotiledonares, ou de inserção da primeira folha definitiva surgem pequenas manchas, de cor clara e aspecto corticoso. Essas manchas evoluem para manchas maiores, ocorrendo desenvolvimento longitudinal e transversal no caule e tornam-se enegrecidas, com a presença de grande quantidade de picnídios e peritécios. Numa fase seguinte ocorre anelamento do caule, com consequente murcha e morte da planta. Recentemente, Gasparotto et al (2011) mostraram que D. bryoniae apresenta infecção latente em mudas de melão e pepino, ou seja, as mudas estão infectadas, mas não apresentam sintomatologia da doença 

Essas características levam a sequências interessantes na epidemiologia da doença nas culturas no campo e da forma de controle que tem sido usada pelos agricultores. Como as mudas estão assintomáticas, não se tem empregado medidas de controle tanto com relação ao tratamento de sementes, como ao tratamento de mudas nas bandejas. 

Os sintomas iniciais da doença na cultura ocorrem no caule, na região de interseção das folhas cotiledonares e primeira folha definitiva. Daí a doença se dissemina para outras regiões do caule da mesma planta ou de outras plantas. Uma das vias de disseminação mais eficientes tem sido os próprios agricultores, através de instrumental de desbrotas e podas. Ao desbrotar uma planta doente (assintomática ou sintomática) e em sequência desbrotar outra sadia transfere-se propágulos do patógeno. Vida et al (2012) mostraram que somente com a desinfestação do instrumental de poda pode ocorrer redução da doença em até 21,9% na cultura do melão. Outro aspecto refere-se ao fato de que, muitas vezes, as pulverizações com fungicidas têm apresentado resultados não satisfatórios. Isto porque, em vários casos, protege-se a folhagem mas os focos de infecção estão em segmentos baixeiros do caule. 

Ressalte-se que o maior problema de crestamento gomoso nas culturas de melão e pepino está nas infecções no caule. Sintomas da doença na folhagem não são frequentes. Por isso é importante proteger, prioritariamente, o caule das plantas. Outra característica de D. bryoniae, importante para o controle da doença, descoberta por Gasparotto (2010), é a ocorrência de infecção sistêmica em melão. Trabalhos recentes mostraram ser este um fenômeno de ocorrência comum também em pepino. 



Estratégias para interromper ou reduzir o ciclo da doença 
As sementes constituem a principal fonte de inóculo primário de D. bryoniae para as culturas de melão e pepino e ainda não se dispõe de meios para produzi-las livres do patógeno. Assim, o tratamento de sementes é uma estratégia inicial muito importante para o controle da doença. Uma vez que o patógeno pode se alojar internamente às sementes, o uso de fungicidas sistêmicos apresenta maior potencial de eficiência. Trabalhos com melão nobre e pepino partenocárpico mostraram que houve redução de aproximadamente 30% do crestamento gomoso na cultura empregando somente o tratamento de sementes. 

2 – A pulverização de mudas com fungicidas antes do transplante se constitui em uma estratégia que, preferencialmente, deve estar associada ao tratamento de sementes. Embora o tratamento de sementes possa resultar em redução drástica da transmissão para plântulas, normalmente não há erradicação do patógeno das sementes infectadas. Por isso, é frequente que, mesmo com o tratamento de sementes, ainda ocorra infecção em mudas com inóculo originado das sementes. Vale lembrar que D. bryoniae, normalmente, causa infecção latente em mudas. Por isso, mesmo com aparência assintomática, as mudas podem ser fonte de inóculo para epidemias da doença na cultura pós-transplante. Uma pulverização de mudas com fungicida tem chances de contribuir para significativa redução da intensidade da doença na cultura. 

3 – A pulverização da cultura com fungicida pós-transplante de mudas é outra medida importante. Mesmo com o tratamento de sementes e/ou pulverização de mudas com fungicida, ainda pode ocorrer presença de inóculo primário na cultura, cuja fonte tenha sido as sementes. Também restos culturais de cultivos anteriores de cucurbitáceas colonizados pelo patógeno, micélio dormente e esporos originados de outras cucurbitáceas cultivadas constituem fonte de inóculo para a doença se instalar na cultura pós-transplante de mudas. A eficiência de controle se dá em função do fungicida empregado, do intervalo entre pulverizações e da otimização da tecnologia de pulverização. Acrescente-se a esses fatores a favorabilidade ao crestamento gomoso e a predisposição do hospedeiro: potencial de inóculo, condições climáticas e condição nutricional da cultura. 

4 – A enxertia com porta-enxerto imune é outra alternativa. A enxertia é uma técnica usada frequentemente na cultura de pepino partenocárpico e está em fase de introdução na cultura de melões nobres. Um dos porta-enxertos mais empregados tem sido o híbrido de abóbora Shelpper, que é imune a D. bryoniae. Trabalhos têm mostrado que o uso da enxertia em vários híbridos de melões nobres empregando abóbora Shelper como porta-enxerto resultou na redução da severidade do crestamento gomoso em até 34,2%. A enxertia é considerada uma medida alternativa de controle e quando empregada isoladamente não proporciona controle prático, necessitando de medidas complementares. 

5 – A nutrição equilibrada das plantas também é importante. Plantas que apresentam estressamento, principalmente de origem de balanço nutricional, estão muito mais predispostas a D. bryoniae, com a doença atingindo maior severidade. Trabalhos desenvolvidos por Penharbel (2011) mostraram que em cultivo hidropônico e do tipo “mulching” houve redução da severidade de D. bryoniae de 85,9% e 12,1%, respectivamente, em relação ao cultivo no solo. Esta também é uma medida que necessita de outras ações complementares de controle. 

6 – O uso de híbridos menos suscetíveis também é recomendado. Embora não se disponha de híbridos imunes ou com nível alto de resistência, existem significativas diferenças de suscetibilidade a D. bryoniae entre híbridos de pepino e melões cultivados no Brasil. O híbrido de melão nobre Prince Hakusho é significativamente menos suscetível a D. bryoniae, do que os híbridos Bonus II e Sun Rise. Híbridos de pepino partenocárpico são, significativamente, menos suscetíveis ao patógeno, do que híbridos de melões nobres.



POR: João Vida, Ricardo Oliveira; Dauri Tessmann; Paulo Maraus; José Brandão Filho 







METODOLOGIA DE MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS FAZ A DIFERENÇA NA HORA DO CONTROLE DAS PRAGAS DO ALGODÃO


FOTO: Agro Malhada


O atual produtor brasileiro de algodão tem boa competitividade internacional, entretanto a valorização do seu produto é extremamente dependente da qualidade da pluma a ser comercializada, bem como da imagem social e ambiental do sistema de produção adotado. A meta é buscar a máxima qualidade das características intrínsecas e extrínsecas de cada fardo de pluma.

Práticas agronômicas inadequadas, fatores inerentes à planta (genética), externos (clima, pragas, sistemas de colheita etc.), e ao ser humano (beneficiamento, padronização, manipulação dos fardos até o destino, e outros serviços) são responsáveis por perdas qualitativas do algodão.

Os objetivos da qualidade no manejo de pragas são atingir as diretrizes da alta administração, relacionadas com a melhoria dos vários processos que têm impacto na satisfação dos clientes, qualidade da fibra e serviços, devendo ser mensuráveis e consistentes, incluindo o comportamento com planejamento, execução, avaliação dos resultados e ações para melhorar continuamente o produto, processos ou sistemas, utilizando normalmente indicadores.

Pragas e danos qualitativos

Independente dos efeitos na produtividade, algumas pragas afetam seriamente a qualidade da fibra em função dos seus danos diretos e indiretos. Pelos danos diretos podem ser destacados os seguintes artrópodes: percevejos, insetos desfolhadores, bicudo, lagarta-rosada, broca-da-haste e ácaros. Já pelos prejuízos indiretos destacam-se o pulgão, a mosca-branca e percevejo.

Os insetos desfolhadores, tais como besouros e lagartas, podem causar desfolhas intensas no final do ciclo da cultura, em função disso pode ocorrer problemas no micronaire (combinação de finura e maturidade da fibra) e manchas na fibra provocadas pelas fezes, especialmente se houver umidade.

À semelhança dos danos das lagartas desfolhadoras, os ácaros (especialmente o ácaro-rajado) podem causar desfolhas intensas antecipando o final do ciclo da cultura. A perda prematura das folhas provoca problemas no micronaire, uma vez que afeta a área foliar ou a eficiência fotossintética da metade ao final do ciclo da cultura, o que favorece principalmente a formação de fibras imaturas.

Estas pragas que têm a capacidade de promover a formação de fibras imaturas, além de afetar o micronaire, têm a capacidade de provocar o mais importante tipo de neps, que é aquele decorrente de pequenas aglomerações de fibras de algodão, oriundas da colheita de fibras imaturas.

De outro lado, o bicudo e a lagarta-rosada quando atacam maçãs verdes promovem o sintoma conhecido popularmente como “carimã”, que decorre da abertura imperfeita do capulho, o que pode aumentar as impurezas do algodão colhido, porém raramente seus ataques afetam os componentes de fibra medidos pelas análises de HVI.

O ataque da broca-da-haste nas maçãs verdes prejudica a adesão dos pedúnculos dos frutos aos ramos, podendo aumentar as impurezas no produto na hora da colheita.

Durante o ataque aos capulhos, o percevejo-manchador tem a capacidade de provocar manchas nas fibras com suas dejeções. Quando se alimentam das maçãs, promovem deformações e apodrecimentos, pois entram microorganismos na estrutura. Os percevejos-rajados e as espécies migrantes da soja também introduzem microorganismos que levam ao apodrecimento ou causam lesões nas maçãs. Em particular, os percevejos-rajados podem promover a derrubada dos botões florais das primeiras posições na planta, atrasando a maturidade.

Moscas-brancas e pulgões são responsáveis por 80-90% dos problemas de mela que levam ao algodão doce (“stickiness”) no campo. Ambos os insetos alimentam-se da superfície inferior das folhas, mas a deposição de mela (“honeydew”) ocorre na página superior das folhas, maçãs e capulhos.

Quando o capulho se abre, a fibra é branca e clara porque a celulose é altamente reflectiva e ainda existe pouquíssima degradação da sua superfície.

A mela escorre das folhas até as maçãs abertas e não é fácil de ser vista quando está seca.

Quando o nível de contaminação com mela é muito elevado, as fibras ficam virtualmente incapazes de serem processadas. Nessa situação a qualidade do processo têxtil é adversamente afetada por causa da pegajosidade e empaçocamento dos resíduos em rolos. Algodoais contaminados com mela também retêm ciscos, areia e sujeira por ocasião de vendavais no final do ciclo da cultura, o que prejudica o beneficiamento.

Por sua vez, no campo, se houver umidade mínima em folhas com mela, a fumagina (fungo Capnodium spp.) escurece as folhas e fibras. Este fungo utiliza principalmente os açúcares da mela como substrato para seu desenvolvimento, e não se trata de um fungo fitopatogênico.

Com a pluma úmida (alta umidade do ar, orvalho e chuva), os fungos começam a se nutrir da superfície melada da fibra. A cor dos esporos do fungo torna-a cinzenta, alterando sua coloração. Se o ambiente seca, retornando à condição de dias ensolarados, o crescimento do fungo diminui, e o algodão pode perder o acinzentamento, mas nunca completamente.

Alguns autores consideram que a fumagina é menos prejudicial que o açucaramento provocado pela mela. Entretanto, no beneficiamento, ambos os problemas são capazes de afetar a qualidade da fibra, seja por alterar a cor da fibra ou por causar algodão doce.

Vale lembrar que as plantas doentes (por vírus transmitidos por insetos, como a doença azul e vermelhão), especialmente as chamadas viroses tardias, têm a capacidade de produzir fibras de baixa qualidade.

Há de se incluir, ainda, que infestações altas e precoces de tripes podem afetar o crescimento inicial da cultura, o que atrasa a frutificação levando a um retardamento da maturação, que por sua vez reflete negativamente na qualidade da fibra.

Do mesmo modo, os ataques severos e precoces das lagartas-das-maçãs em lavouras de algodão podem aumentar o risco de prejuízo ao micronaire/maturidade, pois eles fazem com que as plantas fixem sua carga muito tardiamente, devido à derrubada dos botões florais das primeiras posições na planta e grande formação de ponteiro, onde freqüentemente as fibras são mais imaturas.

Reduzindo danos qualitativos 

O abandono de práticas de controle de pragas após o início da abertura de capulhos costuma ser o grande responsável por danos qualitativos por pragas no algodão do Brasil.

Também, plantas de porte elevado têm a tendência de agravar os problemas de qualidade da pluma, seja por dificultar o manejo, acentuar os problemas de ataques de pragas, aumentar o apodrecimento de maçãs atacadas por insetos, ou dificultar o controle de pragas do baixeiro.

A adoção de bons e práticos programas de manejo integrado é fundamental para reduzir riscos de danos qualitativos por pragas do algodoeiro. Basicamente, estes programas estão baseados na: 1) utilização dos fundamentos entre a cultura / ambiente / pragas; 2) amostragens fidedignas; 3) diagnóstico precoce; 4) utilização de sistemas científicos de aviso; 5) táticas de controle sustentáveis; 6) continuidade do controle de pragas na fase final do ciclo da cultura; 7) eficiente educação e transferência de tecnologia.

Os níveis de controle devem ser cientificamente sólidos, e são componentes essenciais da tomada de decisão. Níveis de controle empíricos devem ser substituídos por outros definidos cientificamente.

Para os pulgões, considerar

Até 30 dias após a emergência (dae, nas variedades suscetíveis à virose, controlar até 3% de plantas infestadas (onde planta infestada é aquela que tem pulgão). Nas variedades resistentes, controlar até 40% de plantas infestadas (nesse caso, planta infestada deve ter colônias).

Em variedades suscetíveis, dos 30 aos 120 dae, fazer a primeira avaliação de incidência de virose aos 30 dae (as demais aos 60, 90 e 120 dae) e controlar a praga de acordo com os seguintes critérios:

• até 2% de plantas com virose – elevar o nível até 10% de plantas atacadas. Após 60 dae, se continuar com esta incidência baixa de virose, elevar o nível de controle para 15 a 20% de plantas infestadas;

• 2 a 6% de plantas com virose – manter o nível em 3 a 5% de plantas infestadas por pulgão;

• >6% de plantas com virose – realizar controle total, ou seja, nova aplicação assim que acabar o residual do produto e eliminar (através de roguing) as plantas doentes.

Dos 120 dae até o final do ciclo, controlar o pulgão com até 40% das plantas infestadas. Na verdade, este nível é teórico. O importante é dar continuidade na avaliação da lavoura e detectar os primeiros sinais de mela nas folhas e pluma para fazer controle da praga. Levar em consideração também a infestação de pulgão, avaliando o tamanho das colônias, o parasitismo e o potencial da praga em causar mela.

Controlar a mosca-branca quando tiver 20% das plantas com presença da praga. Verificar presença de ninfas na quinta folha do ponteiro (de cima para baixo na planta), e a presença de adultos agitando o terço superior da planta. No final do ciclo da cultura, controlar esta praga quando detectar o início de mela nas folhas e pluma.

Pesquisas recentes têm procurado identificar, isolar e pulverizar alguns microorganismos (leveduras) capazes de nutrir-se da mela sem que afetem a qualidade da fibra do algodão. Estas medidas mostram-se promissoras pois podem eliminar a possibilidade de controlar quimicamente pulgões e moscas-brancas no final do ciclo, já que os danos diretos causados por eles costumam ser desprezíveis, e a estratégia baseia-se em eliminar apenas o melado.

O controle da lagarta-das-maçãs (Heliothis e Spodoptera) deve ser efetuado quando até 10% das plantas estiverem infestadas. Deve-se tomar o cuidado de controlá-las quando ainda estão pequenas (< 7 mm), devido à dificuldade de combater as lagartas grandes. Outro aspecto está relacionado às infestações precoces destas pragas que, se forem intensas e houver danos, irão deslocar a formação de carga para o final do ciclo, aumentando a possibilidade de se obter fibras com problemas de micronaire/maturidade.

Para pragas desfolhadoras, como o curuquerê, plusia e besouros, em lavouras jovens (até 30 dae), considerar como nível de controle 1 a 2 lagartas por metro linear e/ou não deixar ultrapassar os 10% de desfolha. Nas demais fases de desenvolvimento da cultura, controlá-las quando a população for superior a 2 lagartas por planta, ou 25% de desfolha do ponteiro, ou 10% de desfolha de toda a planta em média, o que acontecer primeiro.

Para o controle da lagarta-rosada utilizar, em cada talhão de 100 hectares, pelo menos duas armadilhas de feromônio sexual gossyplure, eqüidistantes uma da outra e da bordadura. Controlar esta praga quando capturar em média 10 mariposas em 2 noites, em cada armadilha. Reaplicar os tratamentos com até 3% das maçãs atacadas, nesse caso avaliar através da contagem de um mínimo de 100 maçãs firmes, porém não maduras, por talhão. O uso de gossyplure aplicado em área total objetivando confundir os machos de mariposas mostra ser uma tecnologia eficiente no combate da praga, desde que a aplicação seja feita precocemente e contemple as áreas vizinhas, com vistas a evitar danos e interferência de talhões vizinhos.

Para o controle destas pragas da Ordem Lepidoptera (lagartas), a utilização de algodão geneticamente modificado capaz de produzir as toxinas de Bacillus thuringiensis (algodão-Bt) é atualmente a melhor solução para eliminar os danos diretos e indiretos causados por este grupo pragas, uma vez que a planta praticamente se torna imune aos insetos. É o que demonstram estudos criteriosos e usos comerciais em larga escala da tecnologia na África do Sul, Argentina, Austrália, China, Estados Unidos, Índia, México, dentre outros países.

A adoção de medidas de controle do ácaro-rajado e do ácaro-branco, em área total da lavoura, deve ser feita quando ocorrer 10% e 40% de plantas infestadas com sintomas iniciais da praga, respectivamente. No caso do ácaro-rajado, dispensar atenção especial para o combate precoce de bordaduras e reboleiras da praga. Este controle localizado, além de ser mais econômico, prático e eficiente que tratamentos em área total, minimiza a possibilidade de grandes surtos precocemente, conseqüentemente os danos qualitativos serão menos acentuados.

O combate dos percevejos-rajados e do percevejo-manchador deve ser efetuado quando houver presença de insetos em 10-20% das plantas. Observar atentamente as bordaduras, principalmente com a soja que está sendo colhida, pois a migração de espécies da soja pode comprometer o algodão. Muitas vezes, tratamentos realizados apenas nas bordaduras podem resolver o problema; por outro lado, o ideal é controlá-las na cultura da soja. Também, ficar atento ao monitoramento do percevejo-rajado, uma vez que eles são muito ágeis e costumam passar despercebidos pelos monitores de pragas. Uma sugestão dada é fazer “batidas de pano” nas horas de temperaturas mais amenas do dia (de manhã cedo) para constatar sua presença na área, pois com temperaturas mais baixas eles ficam com movimentos relativamente mais lentos que em horários muito quentes.

O controle do bicudo deve ser feito, em área total, quando até 5% dos botões florais estiverem atacados (presença da praga, oviposição ou danificados). Avaliar um mínimo de 250 botões florais “preferidos” da plantas “dominantes” por talhão. É fundamental para o sucesso no combate do bicudo a adoção de atitudes coletivas na região de ocorrência da praga. Isto evita grandes surtos populacionais regionais do inseto. Sob o ponto de qualidade de fibra, evitar altas populações de bicudo no final do ciclo da cultura objetiva minimizar os danos nas maçãs. É altamente recomendado que se detecte os focos primários do bicudo nos talhões, monitorando cuidadosamente as bordaduras, as proximidades de refúgios e/ou instalando armadilhas de feromônio sexual grandlure.

O Cutout se caracteriza pela fase da planta em que a demanda energética excede a produção fotossintética, onde a planta finalmente reduz seu crescimento vegetativo.

Muitas vezes, após esta fase algum brotamento de plantas pode oferecer substrato para populações de insetos-pragas se desenvolverem, como pulgão e mosca-branca. Desse modo, evitar a excessiva irrigação no final do ciclo. Também evite doses exageradas de nitrogênio que podem manter a planta verde por prolongados períodos de tempo.

Muitos insetos, por exemplo os pulgões, multiplicam-se intensamente no algodão que está verde e exuberante no final do ciclo, causando problemas de qualidade de fibra ou exigindo seus controles.

Conclusões

O manejo de pragas focado na qualidade da fibra é um dos componentes essenciais de uma empresa produtora de fibra de algodão que busca atender mercados exigentes. Esta preocupação visa fazer com que seus produtos e serviços conquistem a liderança de mercado em atendimento às exigências do mundo dos negócios. 

Todo programa de manejo de pragas deve reunir pessoal técnico capacitado, parceiros estratégicos e uma gama de serviços dirigida tanto para os que ainda não implementaram seus sistemas de qualidade quanto para os que querem evoluir em seus processos.

Graças às equipes de manejo, e através de ações corretivas e preventivas deve-se eliminar as causas e as situações capazes de interferir nos processos que não estão em conformidade aos requisitos do sistema da qualidade. Normalmente, são elas aplicadas antes da implementação de novos produtos, processos ou sistemas, ou antes de modificações já existentes. No Brasil, a atual estrutura de supervisão das lavouras baseada numa assistência agronômica responsável contribui para este aprimoramento de manejo de pragas.

Paulo E. Degrande,
Universidade Federal Mato Grosso do Sul.

TRAÇA DA BANANEIRA PODE CAUSAR PREJUÍZOS A PONTO DE DIZIMAR PRODUÇÃO


A traça-da-bananeira, além dos prejuízos diretos aos produtores de banana, acaba por criar barreiras fitossanitárias à exportação para países como a Argentina, onde é considerada praga quarentenária. O combate ao inseto demanda medidas que passam pelo exame criterioso dos cachos em casa de embalagem para detectar e eliminar os frutos com sintomas externos da presença da traça, além de outras técnicas como o ensacamento e controle químico para proteger os frutos.
Sob o ponto de vista entomológico a espécie Opogona sacchari, conhecida popularmente como traça-da-bananeira, é considerada uma praga de importância secundária, já que não causa perdas significativas de produtividade para a cultura e prejuízos diretos aos bananicultores catarinenses que comercializam a banana no mercado interno. No entanto, o prejuízo é grande quando cargas de banana, exportadas para a Argentina, são rechaçadas por técnicos que trabalham na barreira fitossanitária da Estação Aduaneira de Dionísio Cerqueira, Santa Catarina, ao constatarem a presença de lagartas em amostras de caixas da fruta inspecionadas naquele local. Isso ocorre devido à traça-da-bananeira tratar-se de uma praga quarentenária naquele país.
A espécie Opogona sacchari (Lepidoptera: Lyonitidae) é uma praga exótica, originária de zonas úmidas das regiões tropical e subtropical da África. Na década de 20 foi observada atacando frutos de banana nas Ilhas Canárias. No Brasil, sua presença foi constatada, pela primeira vez, no estado de São Paulo no município de Guarujá em 1972, de onde se dispersou para os outros municípios produtores de banana do Vale do Ribeira. Em Santa Catarina foram observados ataques a partir do ano de 2003 na região produtora do Litoral Norte. Os municípios catarinenses com histórico de ocorrência da praga são Corupá, Schoereder, Guaramirim, Jaraguá do Sul, São João do Itaperiú, Balneário Piçarras, Barra Velha, Massaranduba e Luís Alves, sendo que os dois últimos municípios se destacam por apresentarem os bananais mais atacados e com maiores índices de rechaços de cargas.

Trata-se de uma praga polífaga que possui diversas plantas hospedeiras, entre elas milho, cana-de-açúcar, haste da mandioca, estipe de palmeiras, além de tubérculos de batata, inhame, bambu-palmas, gladíolo e dália. Em casas de vegetação ataca as plantas ornamentais: Dracaena, Strelizia, Begonia,Bougainvillea, Euphorbia, Ficus, Philodendron. A lagarta pode ainda se desenvolver em cultivos do cogumelo comestível shitake (Lentinula edodes), causando redução na produção. Tem-se observado, com preocupação, o ataque à palmeira real (Archontophoenix spp), cultura em expansão no Litoral Norte catarinense em áreas tradicionais de exploração da bananicultura.
Reconhecimento e aspecto biológico
Adulto: tem hábito noturno e coloração, em geral, castanho-clara, quase palha. Os machos são geralmente menores que as fêmeas, medindo 18,0mm de envergadura e as fêmeas 23,0mm. As asas anteriores da fêmea possuem duas manchas escuras. Seu abdome é mais robusto, enquanto o do macho é mais afilado. As posturas são realizadas, preferencialmente, na região do pistilo (ponta do fruto). Os adultos podem viver até duas semanas.
Ovo: apresenta coloração amarelo-clara e forma elíptica. A fêmea realiza posturas isoladas ou agrupadas e o período de incubação varia de seis a sete dias.
Lagarta: ao eclodir, a lagarta mede, em média, 2mm de comprimento e é de coloração amarelo-clara e cabeça marrom. Ao final da fase a larva alcança cerca de 25mm de comprimento. A duração da fase larval é de 18 dias a 35 dias. Ao completar esta fase, a lagarta tece uma espécie de casulo e empupa junto ao pseudocaule.
Pupa: é de coloração marrom-avermelhada e mede em torno de 12mm de comprimento. A fase de pupa dura, em média, 12 dias. Após, emergem os adultos que se acasalam e reiniciam o ciclo biológico.
Medidas de controle
- Ensacamento: o ensacamento precoce dos cachos com sacos de polietileno reduz, de modo geral, a infestação de pragas que atacam os frutos.
Medidas culturais
- Despistilagem: retirada dos restos florais aderidos aos frutos. Trata-se de uma prática importante porque são os locais preferidos para a fêmea realizar a postura. Esta operação normalmente é realizada na casa de embalagem.
- Descarte: a casa de embalagem deve ser adequada (bem iluminada) e a equipe de embaladores tem de estar capacitada para realizar a inspeção das pencas e buquês e eliminar o material que apresente vestígios de ataque da praga.
Controle químico: o uso de sacos impregnados com inseticidas tem controlado eficazmente a praga. Também é recomendado o uso de “gravata”, ou seja, tiras (10cm de largura por 90cm de comprimento) recortadas dos sacos impregnados com inseticidas e amarradas no cacho por aproximadamente um mês antes do ponto de colheita. A pulverização indiscriminada de inseticida pode agravar o problema de ataque da praga, já que mata os inimigos naturais, como é o caso de vespinhas parasitoides de ovos, que são agentes importantes no controle da praga.
Para resolver ou minimizar o problema com relação à exportação da fruta existe a Instrução Normativa Nº 28, de 07/2009, do Ministério da Agricultura, Pecuária Abastecimento (Mapa), que estabelece os critérios e procedimentos de prevenção e controle da praga, com ênfase no exame criterioso que se deve fazer no cacho de banana na casa de embalagem, detectando e eliminando os frutos com sintomas externos da presença da praga.


POR: José Maria Milanez

4 de fev. de 2018

FATORES DIFICULTAM O CONTROLE DO ÁCARO DA LEPROSE EM CITRUS

Nos últimos anos muitos citricultores têm relatado dificuldades no manejo do ácaro da leprose dos citros em seus pomares, observando menores períodos de controle da população do ácaro após a aplicação de acaricidas e tendo que realizar aplicações adicionais de acaricidas durante o ano para obterem bons resultados. O objetivo deste texto é apontar e analisar possíveis fatores que estejam contribuindo para o aumento da população ácaro da leprose dos citros nos pomares e dificultando o seu controle.

Até o início dos anos 2000, o controle do ácaro da leprose estava baseado nos princípios do Manejo Integrado de Pragas (MIP), no qual a ação de controle ou aplicação do acaricida era determinada pela densidade populacional de ácaros presentes no talhão e também pelo histórico da presença do vírus da leprose dos citros, evidenciada pela presença de lesões da doença nas plantas. O nível de ação de controle, ou a infestação do ácaro para a aplicação de acaricidas, adotado pelo citricultor dependia muito da sua aversão ao risco e variava entre 1 a 10% dos órgãos amostrados com a presença do ácaro, e em casos da ausência de lesões da doença na área amostrada em até 15% dos órgãos amostrados. Para estimar o nível de infestação do ácaro da leprose no talhão, o monitoramento amostral por caminhamento em zigue-zague ou sistemático, era realizado a cada 7 ou 10 dias, em 1 a 2% das plantas do talhão, observando-se em cada planta a presença do ácaro em 3 a 5 frutos ou, na ausência de frutos, nos primeiros 30 cm de ramos. Atingido o nível de ação, a aplicação de acaricidas era feita observando-se a rotação de produtos de diferentes grupos químicos disponíveis e em alto volume. E assim, se conseguia um longo período de controle do ácaro da leprose, isto é, acima de 300 dias entre a aplicação do acaricida e o momento em que a infestação do ácaro atingia novamente o nível de ação estabelecido. Com este manejo, geralmente, com 1 a 2 aplicações de acaricidas por ano, não se observava epidemias de leprose nos pomares. Então surge a questão: O que mudou do início dos anos 2000 para os dias atuais que tornou mais difícil o controle do ácaro da leprose? O clima está mais favorável à multiplicação do ácaro? O monitoramento do ácaro mudou? O tempo de reação do citricultor para pulverizar o talhão infestado mudou? A tecnologia de aplicação de acaricidas está mais falha? Os pomares mudaram e dificultam a amostragem do ácaro e as aplicações de acaricidas? Os acaricidas disponíveis no mercado não são tão eficientes como os acaricidas anteriores? A população do ácaro da leprose está resistente aos acaricidas utilizados? A mistura de acaricidas com outros produtos reduz a eficiência dos acariciadas? O manejo de outras pragas está afetando o controle e comportamento do ácaro?
 
Clima e ácaro da leprose
A reprodução do ácaro da leprose aumenta significativamente durante períodos secos e quentes do ano, quando se tem dias longos, alta temperatura, baixa precipitação pluviométrica e baixa umidade relativa do ar, e, consequentemente, baixa a disponibilidade hídrica no solo. Trabalhos realizados na FCAV/UNESP mostraram que em plantas mantidas com disponibilidade de água no solo a 25% da capacidade de campo por 60 dias, a população do ácaro da leprose cresceu duas vezes mais que em plantas mantidas a 70% da capacidade de campo. Além, disso, alta temperatura e baixa umidade relativa favorecem a evaporação das gotas, principalmente de gotas finas e muito finas, durante as pulverizações de acaricida, reduzindo a cobertura e deposição da calda acaricida aplicada sobre as plantas.

Estas condições de clima foram observadas mais recentemente nos anos de 2013 e 2014, e não por coincidência foram os anos com muitos relatos de problemas de controle do ácaro da leprose.

Monitoramento e amostragem do ácaro da leprose
Como comentado, o monitoramento da população do ácaro da leprose é uma ferramenta essencial para embasar a tomada de ação de controle do mesmo. A amostragem, da maneira como era recomendada anteriormente, incorre em erros de estimativa acima de 60%, e é comum que diferentes inspetores, amostrando o mesmo talhão no mesmo dia, dificilmente chegam a estimativas parecidas. Além disso, esta amostragem não considera o número de frutos nas plantas, isto é, o mesmo número de frutos e/ou ramos são amostrados por planta independente da quantidade de frutos na planta. Para diminuir estes erros de amostragem dever-se-ia aumentar tanto a porcentagem de plantas amostradas por talhão, como o número de frutos e/ou ramos amostrados por planta, levando em consideração a carga de frutos presentes na planta. Também dever-se-ia reduzir o intervalo entre amostragens ou aumentar o número de inspetores em cada amostragem, para tirar uma média entre eles.

Entretanto, com o aumento do custo da mão-de-obra para inspeção de pragas no campo, observado nos últimos anos, o protocolo de inspeção está caminhando ao contrário do que é recomendado e cada vez está menos intenso. Hoje é comum observar nos pomares intervalos entre inspeções acima de 14 dias, e não raro em 30 dias. Adicionalmente, também se observa uma redução no tamanho da amostra por talhão, com menos de 1% das plantas amostradas e com a observação de menos frutos e/ou ramos por planta. Tudo isso leva à maiores erros da estimativa da densidade populacional do ácaro e a uma detecção muitas vezes muito acima do nível de ação de controle estipulado.

Tempo entre a detecção do ácaro e a aplicação do acaricida

O MIP prevê que uma vez que o nível de ação de controle do ácaro da leprose seja atingido no talhão, a aplicação do acaricida seja feita imediatamente. Entretanto, o que se observa nos pomares, na tentativa de reduzir os custos de produção, é que cada vez mais o parque de equipamentos e pulverizadores está mais enxuto e, muitas vezes, não há máquinas disponíveis para a aplicação do acaricida momento da detecção do nível de ação de controle. Desta forma, é comum que de demore mais de duas semanas para que a medida de controle seja adotada após a observação do nível de ação de controle. Isto faz com que no momento da aplicação do acaricida a população do ácaro já esteja em uma densidade acima do nível de ação de controle e, mesmo que o acaricida tenha a mesma eficiência de controle do ácaro (cause cerca de 90% de mortalidade do ácaro), a população residual de ácaro que não morreu na aplicação do acaricida será maior e, consequentemente, levará menos tempo para atingir novamente o nível de ação de controle, resultando em um menor período de controle do ácaro pelo acaricida.

Tecnologia de aplicação de acaricidas e controle do ácaro da leprose
Para um bom controle do ácaro da leprose, o acaricida deve ser aplicado de modo a ter uma boa deposição e cobertura acima de 50% sobre os frutos, ramos e folhas localizados internamente na planta e por toda a copa da planta (saia, meio e topo). Até o início dos anos 2000, era comum o uso de volume de calda aplicada em torno de 8 a 10 mil litros por hectare em pomares com plantas adultas. Visando a redução dos custos de aplicação, mantendo a mesma eficiência de controle, foram realizadas pesquisas para a adequação dos pulverizadores e do volume de calda de acaricida aplicado, aumentando-se o número de bicos no ramal de pulverização e utilizando bicos que produzem gotas finas entre 100 a 200 µm de diâmetro mediano volumétrico para maior penetração das gotas no interior da copa da planta. Concluiu-se que utilizando este tamanho de gota, acaricidas aplicados em volumes entre 100 a 400 mL/m3 de copa apresentam mesma eficiência de controle do ácaro da leprose sem a necessidade de corrigir a dose do acaricida. A partir de então tem-se conseguido um bom controle do ácaro da leprose em pomares adultos com volumes entre 2 a 3 mil litros por hectare.

Entretanto, não é raro ver citricultores reduzindo o volume de calda de acaricida apenas aumentando a velocidade do turbopulverizador ou alterando a pressão de trabalho sem adotar a tecnologia da maneira correta, com adequada calibragem e regulagem do pulverizador e escolha adequada do número de bicos e tamanho de gotas.

Adensamento dos pomares e controle do ácaro da leprose

Em busca de maiores produtividades (toneladas por hectare), principalmente no estágio inicial de formação dos pomares, e pensando na manutenção de um stand de plantas que permita uma boa produtividade mesmo com a eliminação de plantas com greening (HLB), a partir de 2005, verificou-se uma tendência de pomares cada vez mais adensados. Os pomares plantados em 2005 tinham uma média de 440 plantas por hectare, enquanto que os pomares plantados em 2016 apresentaram uma média de 719 plantas por hectare.

O adensamento dos pomares na linha de plantio dificulta a passagem dos inspetores de pragas de uma rua para outra, atrapalhando a inspeção do ácaro, e aumentam o contato entre as plantas, o que facilita a movimentação do ácaro de uma planta para a outra. Já o adensamento entre linhas de plantio dificulta a boa cobertura do acaricida aplicado, pois a copa das plantas fica muito próxima aos bicos de pulverização, muitas vezes até encostando nos bicos e causando uma cobertura desuniforme da calda aplicada, o que deixa áreas da copa sem o acaricida aplicado. O ideal é que os bicos de pulverização estejam a pelo menos 40 cm da extremidade da copa da planta para a boa formação do leque de pulverização.

Resistência do ácaro aos acaricidas

Aplicações sucessivas de uma mesma molécula acaricida acelera o processo de seleção de populações de ácaros resistentes, sendo um dos fatores ligados às falhas de controle do ácaro nos pomares. Existem relatos da resistência do ácaro da leprose para os acaricidas hexythiazox, dicofol, propargite e flufenoxuron. Portanto, a rotação de acaricidas de diferentes grupos químicos e modo de ação é recomendada para o manejo do ácaro da leprose.

Entretanto, hoje há basicamente dois grupos de acaricidas na Lista PIC com boa eficiência no controle do ácaro da leprose, espirodiclofeno e cyflumetofeno, o que dificulta muito um programa de rotação de acaricidas.

Embora ainda não haja relatos de resistência do ácaro da leprose para estes dois acaricidas, mortalidade do ácaro acima de 90% em diferentes populações do ácaro no estado de São Paulo em testes de laboratório, a seleção de populações resistentes com o uso continuado do mesmo acaricida pode vir a ocorrer no futuro e a necessidade de novos acaricidas é urgente.

Mistura de acaricidas com outros produtos no tanque de pulverização

Como forma de reduzir custos de produção, as misturas de produtos no tanque de pulverização são frequentes nos pomares e também podem afetar a eficácia dos acaricidas, devido principalmente às alterações provocadas no pH da calda e na condutividade elétrica, bem como pela possível incompatibilidade entre os compostos.

Além disso, após a detecção do HLB no Brasil, tornou-se praxe adicionar inseticidas para o controle do psilídeo Diaphorina citri em todas operações de pulverização (aplicação de adubos foliares, fungicidas e acaricidas). Pesquisas realizadas na FCAV/UNESP verificaram que os fertilizantes foliares fosfito de potássio, sulfato de magnésio e a mistura dos cloretos de zinco e de manganês com o sulfato de magnésio resultaram na diminuição da eficácia dos acaricidas propargite e acrinathrin sobre o ácaro da leprose. Também observaram, em condições de laboratório, que a mistura dos inseticidas fosmete e imidacloprido com o acaricida espirodiclofeno, embora não apresente incompatilidade física e química, reduziu a mortalidade do ácaro da leprose sete dias após a aplicação entre 28 e 44%. Uma menor eficiência do acaricida na mortalidade do ácaro da leprose refletirá em um menor período de controle do acaricida aplicado.

Novas pesquisas com outras combinações de misturas de acaricidas e inseticidas estão sendo realizadas em laboratório e no campo pela FCAV/UNESP e Fundecitrus e, em breve, espera-se ter uma ideia clara de quais misturas com inseticidas podem afetar os acaricidas no controle do ácaro da leprose. Assim, a recomendação é que à calda de acaricida para o controle do ácaro da leprose não se misturem outros produtos.

Manejo de outras pragas e doenças no controle do ácaro da leprose

A crescimento da incidência de importantes doenças, como a pinta preta e o cancro cítrico no parque citrícola paulista, aumentou consideravelmente o uso de fungicidas ou produtos à base de cobre para o seu controle. Assim como, a necessidade de controle do psilídeo do HLB a partir de 2004, aumentou significativamente no uso e a frequência de aplicação de inseticidas nos pomares. Isso também afeta diretamente o manejo do ácaro da leprose, tendo em vista que muitos inseticidas e fungicidas apresentam efeito sobre inimigos naturais (fungos entomopatogênicos e insetos) que auxiliam no controle do ácaro da leprose e de outras pragas que até então eram secundárias, como ácaros tetraniquídeos desfolhadores e cochonilha escama farinha.


Além do efeito dos inseticidas sobre os inimigos naturais, é bastante relatado na literatura o efeito hormese causado pela aplicação de subdoses de inseticidas, principalmente piretróides e neonicotinóides, estimulando a reprodução (aumento da postura e viabilidade de ovos) ou diminuindo a mortalidade de ácaros em diversas culturas. Embora ainda não comprovado para o ácaro da leprose (estudos estão em andamento), acredita-se que este efeito hormese possa estar ocorrendo devido às aplicações sucessivas de inseticidas para o controle do psilídeo dos citros. As doses dos inseticidas usados para o controle do psilídeo não causam mortalidade no ácaro da leprose, mas poderiam estimular sua oviposição, aumentar a viabilidade dos ovos ou sua longevidade, o que resultaria no aumento da velocidade de reinfestação do pomar após a aplicação do acaricida. Se esta hipótese se confirmar o problema será muito difícil de ser contornado porque ainda não podemos abrir mão do controle intensivo do psilídeo no manejo do HLB.

Concluindo, não existe um único fator responsável pelo aumento da dificuldade de controle do ácaro da leprose e sim uma combinação de fatores que devem ser levados e conta e corrigidos para permitir uma melhoria do manejo do ácaro da leprose e da doença que transmite.


Por Renato Beozzo Bassanezi, pesquisador do Fundecitrus

Edição :AGRO MALHADA

PASTAGEM GANHA PROTEÍNA COM INOCULAÇÃO



De acordo com a Embrapa Soja, a inoculação do capim-braquiária com estirpes selecionadas da bactéria Azospirillum brasilense promove o incremento na produção de biomassa e no conteúdo de proteína. “Com a inoculação, as forrageiras poderão dispor de 25% a mais de proteína, o que irá melhorar a qualidade nutricional da alimentação dos animais”, relatam os pesquisadores da Embrapa Mariangela Hungria e Marco Antonio Nogueira.

De acordo com os especialistas, o Azospirillum brasilense é classificada como “bactéria promotora do crescimento de plantas”, e o principal efeito desse microrganismo é a produção de fitormônios: “Com o maior crescimento das raízes, a capacidade da forrageira para explorar o solo em busca de nutrientes e água é ampliada e permite, inclusive, maior aproveitamento do fertilizante aplicado”.

Segundo a Embrapa, estima-se que o Brasil tenha cerca de 180 milhões de hectares ocupados por pastagens, a grande maioria com braquiárias. Desse total, cerca de 70% encontram-se em algum estágio de degradação.

“A recuperação de áreas com pastagens degradadas de braquiárias, usando a combinação de fertilizante nitrogenado e Azospirillum pode trazer, com baixo custo para o agricultor, um grande impacto na agropecuária brasileira, não só pela maior produção de biomassa, mas também por meio da melhoria na qualidade proteica na alimentação do gado”, relata a pesquisadora.

Além de ganhos qualitativos, completa a Embrapa, a inoculação de braquiária com Azospirillum também traz benefícios ambientais, ao favorecer o sequestro de carbono da atmosfera pela maior produção de biomassa de forragem, estimado em, aproximadamente, 100 kg de carbono por hectare por ano (C/ha/ano). O carbono absorvido pela planta é convertido em biomassa, portanto, para gerar mais biomassa, a planta retira mais carbono da atmosfera.

“São números que ajudam a viabilizar uma agricultura mais sustentável e com responsabilidade ambiental, sendo uma tecnologia em plena sintonia com as metas do governo brasileiro no Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC)”, afirma o pesquisador Marco Antonio Nogueira.

MILHO E TRIGO

Um dos produtos que contém a bactéria fixadora de nitrogênio Azospirillum brasilense (Cepas Ab-V5 e Ab-V6) é o SimbioseMaíz – um inoculante para milho e trigo. “A alta qualidade em sua fabricação faz com que o SimbioseMaíz tenha uma concentração de 5x108 células por ml do produto, sendo essa a maior concentração do mercado nacional de inoculantes para gramíneas”, afirma a Simbiose Agrotecnologia Biológica.
Fonte: Agrolink

29 de jan. de 2018

É PRECISO CUIDAR MAIS DAS ASSOCIAÕES PARA QUE ELAS NÃO ACABEM SEM GERAR FRUTOS.

Associar-se em prol de  objetivos consubstanciados pela ideia da coletividade é uma das premissas das organizações comunitárias identificadas como associações.No município de Malhada são inúmeras que "organizam" e instrumentalizam centenas de munícipes para incrementar em suas comunidades aquele ou aquela atividade que lhes fazem jus as operacionalizá-las. No entanto, com senso de diagnóstico empírico in locus, é acertadamente afirmar que muitas destas organizações estão fora do foco ou distante da real visão que deveriam ter em relação aos seus potenciais.em suma,todos focam e assumem uma postura de associados para o que der e vier...É mais que comum encontrarmos associações criadas por acaso, sem objetivos definidos conforme seus potenciais ,tanto da clientela como do ambiente a ser desenvolvido.É como se fosse peixe tentando viver fora d'água.Sem chances!
Este é o contexto encontrado em muitas comunidades rurais que englobam o cenário campestre do município de Malhada.Antes mesmo de se instalarem como uma comunidade organizada, se apresentam ou deixam transparecer que, se não buscarem a própria capacidade de organização de tempos em tempos ;estarão fadados ao fracasso nos negócios de empreendedorismo coletivo.É preciso focar na opinião própria do grupo e não individual para que o tempo de superação das burocracias seja diminuto ,irrelevante e aceitável.
O hábito de habilitar-se a  enxergar o futuro são para poucos, principalmente quando se refere à ação de empreender para crescer integralmente todos os agentes de um grupo organizado.E não há mais nada ou nenhum elemento mais promissor do que entender este processo.Não importa o seu tamanho no sentido de potencialidade, mas a sua agilidade para conseguir sair na frente quando se participa de processo de financiamento acirrado e muito disputado como é o caso destes programas governamentais . 
Este avanço só ocorrerá quando os gestores municipais,independente de quem seja, implementar políticas de apoio técnico administrativo,reconhecendo a importância que estas organizações exercem no processo de desenvolvimento do município.