É notório que a decadência de
pescado no rio São Francisco já é uma realidade "nua e crua". O consumo de
pescado, comum e farto entre os malhadenses a algumas décadas passadas, tornou-
se irrisório até a presente data. Com a falta de enchentes
regulares e acúmulo de água nos berçários da depressão San Franciscana e de
seus afluentes, as espécies mais comuns de peixes da bacia deixam de se
proliferar em abundância; desfavorecendo o equilíbrio econômico da cadeia produtiva
do pescado e causando supressão econômica
ao seu maior protagonista; o
pescador artesanal.
O município de Malhada, conhecido
como exportador de pescado para os grandes centros do estado, vive a inconfortável situação de
importar peixe, inclusive de outros estados, para manter a chama do negócio acesa até a volta dos bons
fluídos emanados do grande e sucateado
Velho Chico.Diante desta catástrofe sócio
ambiental, é imprescindível que responsavelmente nos adaptemos à falta da
misericordiosa abundância, não só de peixe mas de água também. É preciso
investigar as possíveis faltas desses recursos num
futuro bem próximo ou estaremos vivendo numa roleta russa ,acontecendo diante
dos nossos olhos, sem o tratamento crítico e reflexivo para barrá-la a
tempo.
Neste alterado contexto, a APPAMA - Associação dos piscicultores e pescadores artesanais do município de Malhada -vem atuando em prol da provação de mudanças, contribuindo para inserção de políticas públicas, atreladas às ambientais, que resgatem o potencial da cadeia em questão no município.Uma das medidas mais importantes foi a agregação de forças e ideias claras a respeito do que se pode fazer emergencialmente para dar início a um projeto amplo e de extrema relevância para grande parte dos pescadores malhadenses.De imediato a organização, hoje dirigida pelo senhor Vasconcelos,pleiteia juntamente com outras entidades locais a um subprojeto do programa Bahia Produtiva que, sem sombra de dúvidas, servirá de modelo para inserção da piscicultura tecnológica e rentável para os envolvidos e para o município.
Mais ainda, além de geração de renda, almeja-se que esta unidade ou projeto a ser instalado em Malhada; passa a ser reconhecida pelos órgãos estaduais e municipais como uma futura estação de difusão de conhecimento e tecnologias para o setor.