29 de ago. de 2016

O umbu pode dar origem a um creme que age contra o envelhecimento da pele




Estudo suíço-brasileiro mostra que o umbu, fruto do sertão nordestino, pode dar origem a um creme que age contra o envelhecimento da pele.

Típico da Caatinga, o umbu, fruto do umbuzeiro, é conhecido por suas ricas propriedades nutricionais, com destaque para o elevado teor de vitamina C, alto índice aquoso e vários componentes voláteis, especialmente nos frutos maduros. No sertão nordestino, ele é largamente consumido in natura ou processado, na forma de polpa, geleia, doce ou sorvete. Recentemente, um grupo de cientistas brasileiros e suíços concluiu um estudo que revelou novas propriedades dessa fruta arredondada, de casca aveludada e sabor levemente azedo. Eles descobriram que o umbu (Spondias tuberosa) é rico em compostos fenólicos com atividade antioxidante, o que faz dele um insumo potencial para fabricação de cosméticos com ação sobre o envelhecimento da pele, como cremes antirrugas ou contra flacidez. Duas das substâncias identificadas são inéditas.


Coordenada pela farmacêutica Vanderlan da Silva Bolzani, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (IQ-Unesp) de Araraquara, a pesquisa teve a participação da Universidade de Genebra (Unigen), na Suíça, e do Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP), empresa privada sem fins lucrativos com sede em Florianópolis (SC). “O estudo fornece a primeira documentação completa sobre o isolamento de compostos da polpa do umbu, com propriedades antioxidantes e rejuvenescedoras da pele”, explica Maria Luiza Zeraik, que atuou na equipe quando fazia pós-doutorado. Atualmente, ela é professora do Departamento de Química do Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. “Um aspecto relevante do nosso estudo é promover uma inovação tecnológica com valor social para a região Nordeste”, diz Maria Luiza. O umbuzeiro é importante na Caatinga porque dá frutos durante a estação seca e representa uma fonte de renda para a população local.


A pesquisa contou com recursos dos governos suíço e brasileiro e teve financiamento da FAPESP por meio de uma bolsa de pós-doutorado, concedida à Maria Luiza, além de um projeto do Sisbiota, programa do CNPq em parceria com a Fundação. A partir de 2014, o estudo integrou a carteira de projetos do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP, coordenado por Glaucius Oliva, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) de São Carlos.


Dois pedidos de patentes foram depositados no Brasil e no exterior. Eles são pertinentes ao processo de extração e isolamento de compostos presentes na polpa do umbu relativos às propriedades antioxidantes, à inibição da acetilcolinesterase, enzima que promove as ligações (sinapses) entre os neurônios. “As substâncias relacionadas à acetilcolinesterase poderiam, no futuro, originar um medicamento ou um suplemento alimentar para tratar a perda da memória, quadro comum em idosos”, diz Vanderlan.


© FABIO COLOMBINI

Uva desenvolvida para clima tropical conquista Inglaterra


Uma uva preta, com sabor especial, bom equilíbrio entre açúcar e acidez e sem sementes está fazendo sucesso na Europa e conquistou o exigente mercado britânico. A BRS Vitória  é a primeira cultivar brasileira de uva sem sementes tolerante ao míldio, principal doença fúngica que ataca as videiras no País. A resistência permite a redução das aplicações de agroquímicos no parreiral.
O sabor diferenciado da nova uva trouxe uma importante vantagem competitiva à balança comercial brasileira: exportações de uvas entre abril e dezembro, fazendo o País abocanhar boa fatia do mercado britânico, que nessa época costumava ser abastecido pelas uvas da Itália, Espanha e Grécia, pelo preço mais acessível. Atualmente, somente o grupo Labrunier envia semanalmente cinco toneladas da BRS Vitória para a Inglaterra.
A cultivar foi desenvolvida especialmente para as condições climáticas do Brasil no âmbito do Programa de Melhoramento Genético de Uva da Embrapa Uva e Vinho (RS). Recomendada para regiões de clima tropical úmido (Sudeste brasileiro), e tropical semiárido, a cultivar vem se destacando especialmente do Vale do Submédio São Francisco (VSF), nos municípios de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), região que vem se sobressaindo no mercado de produção e exportação de uvas no Brasil. Lançada em 2012, a cultivar é adotada por 90% dos associados da Cooperativa de Produtores Exportadores do Vale do São Francisco (Coopexvale).
A nova cultivar permite duas safras anuais com planejamento da época da colheita. Essa versatilidade permite a programação da produção para coincidi-la com as janelas de mercado de outros países exportadores para a Europa e competir com eles com preços mais vantajosos. O pesquisador da Embrapa João Dimas Garcia Maia, um dos coordenadores do programa de melhoramento genético, explica que, com irrigação e uso de produtos para promover brotações, é possível escalonar podas durante o ano todo e proporcionar as colheitas para o melhor período do mercado.
"Nas condições tropicais, a diminuição na duração do ciclo possibilita deixar as plantas em repouso por cerca de 30 a 40 dias entre os sucessivos ciclos além de aumentar o acúmulo de açúcares durante a maturação resultando em uvas mais doces," conta Maia ressaltando que a cultura em clima tropical não sofre de limitação de calor que ocorre nas lavouras de clima temperado.
A tolerância ao míldio da BRS Vitória resultou em vantagens econômicas e ambientais. Segundo Maia, essa é uma característica que está sendo priorizada no desenvolvimento de novas cultivares de uva. "Ser tolerante possibilita uma produção mais sustentável, pois se pode reduzir cerca de 20%as aplicações de fungicidas, trazendo benefícios aos viticultores, ao meio ambiente e também aos consumidores", enumera.
Conquistando o mercado 
Há 28 anos atuando na região de Petrolina, o empresário Arnaldo Eijsink está atento às tendências internacionais e em busca de novas cultivares a serem plantadas nas fazendas Labrunier, do grupo BrasilUvas. Ele foi um dos pioneiros em testar e se interessar pela 'BRS Vitória' no campo. O produtor compartilhou sua experiência durante a palestra "Tendência do mercado nacional e internacional de uvas de mesa", no XIII Congresso Brasileiro de Viticultura e Enologia.
A BrasilUvas é a maior produtora de uva de mesa do Brasil, com uma área de 900 hectares em produção, com a maior área experimental de novas variedades do mundo. Em torno de 60% de sua produção é comercializada no mercado interno, e o restante no mercado externo, diretamente para grandes redes varejistas, como Walmart, Wholefoods e Loblaws.
Segundo relatou Eijsink, a 'BRS Vitória' foi uma das uvas apresentadas em um Dia de Campo com 30 novas variedades de uvas para potenciais compradores nacionais e internacionais. "Todos os participantes ficaram admirados com o sabor diferenciado da cultivar desenvolvida pela Embrapa", lembra o empresário.
Mário Gardenalli, presidente da Cooperativa Coopexvale, foi um dos responsáveis pela validação em área comercial da 'BRS Vitória', e já há três anos produz a uva durante duas safras anuais. Gardenalli destaca o sabor diferenciado, a redução de 20% no uso de defensivos e a alta fertilidade como os maiores benefícios da cultivar. "Conseguimos realizar duas safras por ano e a cada colheita ela produz de 20 a 22 toneladas por hectare. Mas o que mais chama atenção é o sabor diferenciado, as pessoas ficam com cara de surpresa quando a provam pela primeira vez", relata.
A aceitação da cultivar está tão grande no Brasil, que cerca de 90% dos 22 associados à Coopexvale, representando 10% da área plantada da cooperativa, ou seja 33 dos 330 hectares já produzem a cultivar. "Estamos prospectando o mercado da 'BRS Vitória' no exterior, já enviamos amostras para nove clientes da Cooperativa", informa.
Gardenalli apenas reforça que os produtores devem estar atentos ao ponto certo de colheita da cultivar, pois a 'BRS Vitória' fica com a cor preta e um bom índice de açúcar, parecendo que está pronta. "O ponto certo da colheita é quando a uva está sem adstringência e, se não estiver no ponto certo, o consumidor poderá estranhar o sabor. É importante provar a uva e só colher no momento certo", alertou. A 'BRS Vitória' foi uma das escolhidas pela Cooperativa para ser comercializada com o selo "Gotas de Mel", por sua característica adocicada.
Segundo o pesquisador João Dimas Garcia Maia, no Vale do São Francisco, a boa adaptação das novas cultivares desenvolvidas pela Embrapa, associada a uma elevada produtividade e à qualidade das uvas tem estimulado a ampliação do cultivo do material. "Muitos produtores estão substituindo as copas, principalmente de cultivares do grupo ‘Itália' pelas cultivares da Embrapa, pelo desempenho que elas estão apresentando", comenta. Estima-se que atualmente cerca de 500 ha já sejam cultivados com os materiais desenvolvidos pela Embrapa: a cultivar 'BRS Vitória', em cerca de 200 ha, a 'BRS Isis', em 100 ha, a 'BRS Magna', em 140 ha, e a 'BRS Núbia', em cerca de 20 ha.
De acordo com a pesquisadora Patrícia Ritschel, também coordenadora do Programa de Melhoramento Genético da Uva da Embrapa, a 'BRS Vitória' já foi aprovada para o plantio nas principais regiões produtoras de clima tropical e subtropical como São Paulo, Paraná, Minas Gerais além do próprio Vale do Submédio do São Francisco. Ela adianta que a equipe está trabalhando no sistema de manejo para que produtores da região Sul do País também possam começar a produzi-la. "Estamos ajustando algumas questões de controle de produção e época de colheita, mas acreditamos que em regiões de clima mais úmido como no norte do Paraná ou no Rio Grande do Sul, o ideal será a utilização do cultivo protegido, para evitar problemas como a podridão-da-uva-madura", detalha.
Os cuidados no manejo dessas cultivares no campo, definição do ponto ideal de colheita, sistema de embalagens, classificação e resfriamento pós-colheita, associado a uma boa rede de distribuição tem posicionado bem as cultivares da Embrapa no mercado, tornando possível aos consumidores conhecer as novas uvas e impulsionar a sua demanda. Segundo Patricia Ritschel, a uva 'BRS Vitória' produzida nas regiões tropicais e subtropicais brasileiras já chegou às principais redes de supermercados de grandes cidades do País. Segundo Maia, atualmente, estima-se que o mercado interno tem sido o maior consumidor da uva.
Características da ‘BRS Vitória'
A ‘BRS Vitória' é uma uva preta-azulada, vigorosa, com ciclo precoce (90 a 135 dias da poda à colheita, dependendo da região), com alta fertilidade de gemas, com média de dois cachos por ramo. O peso médio de cachos é em torno de 250-300 gramas e suas bagas com tamanho de 17 mm x 19 mm. Diante dessa fertilidade de gemas, o produtor facilmente consegue atingir uma produtividade de 30-40 toneladas por hectares ao ano. No Vale do São Francisco, visando obter alta qualidade da fruta, os produtores estão trabalhando com dois ciclos produtivos de 15-20 t/ha/ciclo. Ela apresenta teor de açúcar acima de 19º Brix, podendo chegar a 23º Brix, em regiões tropicais. Tem bom comportamento em relação ao rachamento de bagas.
O sabor especial dessa cultivar, sua principal característica, somente surge quando a uva está no ponto ideal de colheita. O teor de açúcar pode atingir altos níveis, mas recomenda-se a colheita quando a uva atingir pelo menos 19º Brix, pois é neste ponto em que ocorre o melhor equilíbrio entre açúcar e acidez, conferindo-lhe um sabor especial, bem distinto e sem adstringência na casca. Após a colheita no ponto ideal, a 'BRS Vitória' pode ser conservada por até 30 dias em câmara fria.
A 'BRS Isis' e a 'BRS Núbia' são outras cultivares de uva de mesa desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho para regiões tropicais e subtropicais que estão apresentando boa aceitação. "A cor rosa e o formato diferenciado da baga da 'BRS Isis' têm chamado atenção. Já a BRS Núbia é uma uva com semente e que apresenta um grande tamanho de baga e de cor preta uniforme. Elas também estão tendo boa aceitação, mas a 'BRS Vitória' tem se destacado", avalia Maia.
Programa de Melhoramento Genético de Uva
Desde 1977, dando sequência às primeiras iniciativas da antiga Estação Experimental de Caxias do Sul, a Embrapa Uva e Vinho conduz um Programa de Melhoramento voltado à obtenção de cultivares para processamento (vinho e suco) e para mesa. Os pesquisadores buscam desenvolver novas cultivares com melhor adaptação às diferentes condições edafoclimáticas das regiões onde a videira é cultivada no Brasil. Os melhoristas almejam elevadas qualidade e produtividade, alta tolerância às doenças que atacam a cultura, como o míldio e o oídio, e materiais voltados a diferentes finalidades (mesa, suco e vinho).
O Programa utiliza métodos clássicos de melhoramento com manutenção de um Banco de Germoplasma,acervo que reúne cerca de 1,4 mil tipos de uva, entre espécies cultivadas e silvestres, variedades, clones e seleções. Estão em fase de teste três seleções para vinho, três seleções para suco, e 38 seleções de uvas de mesa.
Em cerca de três anos, a Embrapa iniciará uma nova etapa de teste de validação com novas cultivares de uvas sem sementes, incluindo seleções de cachos mais soltos e com bagas maiores, para diminuir a demanda de mão de obra e uso de reguladores de crescimento. Nesse grupo, que está em processo de limpeza de viroses, há uvas brancas, vermelhas e pretas de diferentes sabores.
Fonte: http://www.seagri.ba.gov.br/noticias/2016/08/24/uva-desenvolvida-para-clima-tropical-conquista-inglaterra

24 de ago. de 2016

Deputado e veterinária defendem uso do colostro bovino na alimentação humana

Ilustração da internet

Atualmente, prática é proibida no Brasil
O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) e a médica-veterinária Marina Helena Saalfeld defenderam, nesta terça-feira (23), o aproveitamento do colostro bovino na alimentação humana. O tema foi discutido em reunião técnica promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
Marina Helena Saalfeld: legislação brasileira é retrógada.Considerado a primeira vacina natural, o colostro é uma forma de leite secretado pela maioria dos mamíferos nos primeiros dias de amamentação pós-parto. A utilização em humanos da versão bovina da substância não é, porém, permitida no Brasil.
Autora de estudos sobre os benefícios do uso do colostro bovino, Marina Helena Saalfeld comentou que a utilização do produto é liberada em diversos países. Para ela, a proibição brasileira, em vigor desde 1952, trata-se de uma medida retrógrada.
"Temos um produto com alto valor agregado e que está sendo jogado fora por causa de um decreto (30.691/52) da década de 1950. Não há justificativa para essa proibição”, disse a veterinária. “No momento em que mudarmos essa legislação, nosso agricultor, que já é tão penalizado, terá um novo produto para vender. Isso gerará empregos e aumento de arrecadação para o País”, continuou.
Segundo alguns especialistas, o leite e o colostro precisam ser manipulados separadamente para que eles não coagulem. Isso seria um dos motivos para que, na época do decreto, ele tenha sido proibido. Representantes do Ministério da Agricultura e da Anvisa, por outro lado, afirmam que a evolução do manuseio do colostro e dos equipamentos de higiene garantem sua utilização pelo homem.
Desperdício
Autor do requerimento para realização do encontro de hoje, Alceu Moreira ressaltou que o aproveitamento do colostro bovino é importante por trazer benefícios para a saúde e também para os agricultores, além de evitar o desperdício de milhões de litros de colostro anualmente.
“O mundo inteiro usa o colostro em larga escala. É um alimento de ótima qualidade, com poder de nutrição cinco vezes maior que o próprio leite normal e está sendo jogado fora. A Anvisa não libera porque o decreto não permite, e o Ministério da Agricultura não faz porque ninguém até hoje tinha pedido para mudar", comentou o parlamentar.
A produção atual de colostro bovino no Brasil chega a 1,9 bilhão de litros, dos quais metade alimenta os filhotes e a outra metade é descartada. Países como Noruega, Finlândia, Canadá e Austrália utilizam o colostro como suplemento alimentar e como produto medicinal.
Alceu Moreira acredita que a modificação do decreto que libera o colostro para alimentação humana poderá ser feita pelo Ministério da Agricultura até o fim do ano.
Reportagem – Vitor Santos
Edição – Marcelo Oliveira

20 de ago. de 2016

Secretaria da Agricultura familiar e Desenvolvimento Agrário divulga resultado do edital Ater Mulheres

Em meados de junho de 2016,o já desestruturado MDA- Ministério do Desenvolvimento Agrário- anunciara oficialmente o edital de Assistência técnica para mulheres de comunidades tradicionais (quilombos, pescadores,indígenas...). Profissionais de todo nordeste se empenharam para propor ao referido órgão um plano de trabalho a ser executado com estas mulheres,inclusive a JML & Associados; com sede em Malhada- Ba.
Para que os leitores desta nota tenham noção do rito e das sabatinas que uma empresa enfrenta para conseguir o credenciamento junto ao SIATER- Serviço informatizado de assistência   rural,perduram por mais de um ano.Não é tão fácil conseguir entrar no mercado de assistência técnica principalmente para prestar serviços aos órgãos governamentais.
Esta empresa tem credenciamento garantido por lei até 2018,salvo este período,deverá tramitar o processo de renovação deste.É uma grande oportunidade profissional para aqueles que tem formação na área de agropecuária,agrária e biológica,sobre tudo para os que se sentem bem transferindo conhecimento ao campo,sem necessariamente,focar só na remuneração.
A JML,fato sabido por poucos que se pré dispuseram     a participar do seu corpo efetivo de profissionais,também tentou participar desta chamada,mas infelizmente não conseguiu mandar seu plano de ação a tempo.Um aspecto que ajudou aos administradores da empresa a entender o processo  de elaboração de proposta de Ater.Foram executas as visitas às comunidades,todos os trâmites legais para composição do corpo da proposta,mas não foi calculado o tempo de envio e infelizmente tornou -se inviável mandar.Fato que desclassificou as que participaram.
Tabela com as empresas que deram propostas para chamada ATER Mulheres rurais
A  a partir  daí verificou-se que estas empresas já tinham credenciamento no SIATER e que a JML seria mais novata deste grupo a receber TAMBÉM a classificação de ELIMINADA,por não enviar o plano em tempo hábil, ou seja no prazo máximo ditado pelo edital da proposta.Mais ainda vê-se a nítida vontade dos Temistas  em não contemplar ninguém.Nenhum estado, por isto a frustração. 
Por Fabrício Vieira

6 de ago. de 2016

Agricultores familiares podem se inscrever no Garantia Safra



Imagem da internet
Estão abertas, até o dia 20 de setembro, as inscrições para o Garantia Safra 2016/2017, safra Verão. Para aderir ao seguro, os agricultores familiares deverão procurar um dos Serviços Territoriais de Apoio à Agricultura Familiar (SETAF’s), unidades da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), as secretarias municipais de Agricultura ou Sindicatos de Trabalhadores Rurais. Nessa etapa estão sendo disponibilizadas 345 mil cotas para os agricultores baianos.

Os agricultores familiares que fizeram adesão ao Garantia Safra 2015/2016, já estão automaticamente inscritos nesta safra, exceto aqueles que estão com sua Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) vencida. Estes deverão regularizar sua situação procurando os técnicos do SETAF, da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), ou os Sindicatos Rurais para renovar a DAP.

Na Bahia, desde 2009, o Governo do Estado paga, além do aporte estadual, 50% dos aportes municipais e das contribuições dos agricultores familiares. “É uma iniciativa pioneira no país para atender aos agricultores familiares que sofrem, sistematicamente, com a perda da produção, devido à estiagem, especialmente em regiões como o Semiárido e Cerrado, garantindo condições mínimas de sobrevivência”, destaca Maria Auxiliadora Alvim, diretora de Apoio e Fomento à Produção, da Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf/SDR).

Os beneficiários do programa são agricultores familiares que plantam até cinco hectares das culturas de feijão, arroz, milho, mandioca, que possuem a DAP, e renda de até 1,5 salário mínimo mensal. O valor total do seguro é de R$ 850, dividido em cinco parcelas de R$ 170.

O Garantia Safra é uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Governo Federal, implementado em parceria com estados e municípios. O Fundo é constituído por recursos da União, dos Estados, dos Municípios e dos próprios agricultores, na proporção de 40%, 12%, 6% e 2%, respectivamente, sobre o valor da indenização. Na Bahia, exclusivamente, a proporção é de 40%, 16%, 3% e 1%, por conta do subsídio do Governo do Estado.

Os recursos desse programa, que são destinados a ajudar na segurança alimentar das famílias, caso tenham perdas na produção, impulsionam também a economia local, movimentando o comércio dos municípios.

Contribuição do agricultor

O município deve assinar o Termo de Adesão com o governo estadual e definir a quantidade de agricultores que vão participar em sua jurisdição. Depois os agricultores fazem suas inscrições por meio da DAP, os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Sustentável (CMDS) homologa as inscrições que estiverem dentro dos critérios e a prefeitura emite o boleto. O agricultor familiar deve ir à Prefeitura para receber um boleto e fazer a adesão ao Garantia Safra. O pagamento do boleto deve ser feito em uma agência da Caixa Econômica Federal ou correspondente bancário, dentro do prazo definido para o seu município. A adesão deve ser realizada antes do plantio.

Embrapa lança primeira variedade de maracujá da Caatinga para cultivo comercial



 
Um fruto da natureza combinado com mais de uma década de pesquisa resultou na primeira variedade de maracujá nativo da Caatinga recomendado para cultivo comercial. O BRS Sertão Forte foi lançado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nesta terça-feira (7), em Petrolina- PE, durante a abertura do I Simpósio do Bioma Caatinga e durante o dia de campo sobre a nova cultivar, do qual participaram dezenas de produtores, extensionistas , representantes de cooperativas, viveristas e agroindústrias.


A cultivar é resultado do melhoramento genético realizado na Embrapa Semiárido (Petrolina, PE), em parceria com a Embrapa Cerrados (Planaltina, DF), e foi selecionada a partir de diversos acessos de maracujazeiros silvestres (Passiflora cincinnata) coletados em diferentes áreas de Caatinga, no Nordeste brasileiro. Em comparação com as plantas nativas, ela apresenta maior produtividade e maior tamanho e rendimento dos frutos.


O maracujá do mato – ou maracujá da Caatinga, como também é conhecido – tem vantagens em comparação com as cultivares comerciais de maracujá azedo (Passiflora edulis), a exemplo da maior tolerância ao estresse hídrico, já que é naturalmente adaptado às condições do Semiárido. Ele apresenta ainda um ciclo produtivo mais longo, o que significa que a planta vive e produz por mais tempo no campo, e tem maior tolerância à fusariose, uma das principais doenças que ataca o maracujazeiro azedo.
Os frutos do BRS Sertão Forte, quando maduros, têm coloração verde-clara, e pesam de 109 g a 212 g. A polpa é bastante ácida, própria para processamento, de coloração esbranquiçada ou amarelo-clara, com 8 a 13 °Brix. O rendimento da polpa chega a 50% quando extraída em despolpadora rotativa, e em torno de 35% se extraída manualmente com peneira.


"Essa variedade pode ser cultivada com baixo custo tecnológico e com limitação de água. Por isso, é bastante apropriada para a agricultura familiar das áreas dependentes de chuva, com foco principalmente na produção orgânica", destaca o engenheiro agrônomo da Embrapa Semiárido Francisco Pinheiro de Araújo, responsável pelo desenvolvimento da cultivar.


"É muito fácil cultivar ele", confirma a agricultora Maria Luiza de Castro, do Projeto Pontal, em Petrolina-PE, onde foi montada uma área experimental do maracujá. Ela faz parte de uma cooperativa que trabalha desde 2011 com o processamento de umbu, outro fruto nativo da Caatinga. Os agricultores viram no maracujá uma boa alternativa para complementar a renda das famílias, e hoje já comercializam produtos como a geleia, calda e mousse, e ainda vendem o fruto in natura.


Além de indicado para as áreas com restrição hídrica da Caatinga, o BRS Sertão Forte também apresentou bom desempenho em áreas irrigadas. De acordo com as pesquisas, seguindo as mesmas recomendações técnicas para o maracujazeiro azedo comercial, é possível produzir de 14 a 29 toneladas da variedade por ano.
De acordo com Francisco Pinheiro, a cultivar silvestre tem ainda potencial para ser plantada nas bordas dos cultivos de maracujá amarelo. Isso porque suas flores abrem por volta das 5h da manhã, enquanto as das variedades de maracujazeiro azedo abrem no final da manha ou à tarde. Assim, a cultivar silvestre atrai os polinizadores para as primeiras horas do dia e aumenta o tempo e, consequentemente, a eficiência da polinização natural, o que está diretamente ligado ao aumento da produtividade.


Além da sua região nativa, a variedade foi testada também no Cerrado do Distrito Federal, onde apresentou boa produtividade em sistemas de produção em espaldeira e latada. O pesquisador da Embrapa Cerrados Fábio Faleiro avalia que "esta cultivar, desenvolvida a partir de uma rica biodiversidade brasileira, vai ser uma opção a mais para os produtores, tanto para diversificar sua produção quanto para melhorar a eficiência da polinização manual do maracujazeiro azedo, que é uma das práticas que demanda muita mão de obra nos cultivos comerciais".


A Embrapa já está disponibilizando as sementes do maracujá BRS Sertão Forte para viveiristas interessados na produção e comercialização de mudas, por meio de edital aberto até o dia 30 de junho. Logo após o licenciamento, a Embrapa divulgará os nomes e contatos desses viveiristas para os agricultores interessados na aquisição de mudas.



Fernanda Birolo (MTb 81/AC)
Embrapa Semiárido
imprensa.semiarido@embrapa.br
Telefone: (87) 3866-3734